quinta-feira, 8 de maio de 2008

FERNANDO PESSOA

Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo,
Dormem, sonham , esquecem.
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já , de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.

Olhas-me de repente
DE instante impreciso
Com um olhar ausente
Começas um sorriso.

Continuo a falar
continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.

Até que neste ocioso
Sumir de tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.

Nenhum comentário: